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"Nosso Grupo de Genealogia da Familia Freire será tão forte quanto seus membros o façam"

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 Biografia de

  Francisco José Freire

Francisco José Freire, mais conhecido pelo nome arcadico de Candido Lusitano. – De sua vida apenas sabemos o pouco que nos deixou em memória o Abbade Barbosa na sua Bibl. Lusi. Nasceu em Lisboa a 3 de Janeiro de 1719; estudou humanidades no Collegio de Santo Antão, e plhilosophia nos Padres Theatínos. Foi gentil-homem do primeiro Patriarcha  D. Thomas de Almeida, de cujo serviço passou para a Congregação do Oratório de S. Phelippe Néri no anno de 1751, e não no de 1752, como Abbade Barbosa affirma, salvo se se refere ao anno da profissão, e não ao da entrada. Este pequeno erro nos é rectificado pelo próprio Freire no seu Mundano esganando e desenganado, quando declara que o escrevera no anno de 1751, sendo noviço da Congregação. Falleceu se não nos falha a memória, no anno de 1773.

Se é pouco o que de sua vida sabemos, muito é o que nos deixou escripto. Aos 20 annos de idade saiu a publico com a sua primeira obra. É o poema latino Piannus Tagi, que apesar de não ter todo aquelle merecimento, que seus censores, ou antes panegyristas, apregoam, é com tudo documento de grande applicação, e progressos em tão curta idade – Pouco depois (em 1741) publicou a Vida do Padre Bartholomeu do Quental, traduzida do latim; no anno de 1742 deu á luz a primeira composição na língua materna, Elogio de D. Francisco Xavier Mascarenhas, no qual logo mostrou quanto se afastava do estilo ôcco, e retumbante de seus contemporâneos para outro mais fluente e natural. – Successivamente foi apparecendo com outros opúsculos, como adiante se pode ver no catologo de seus escriptos; e entre elles fizeram grande bulba a Carta Apolofética, e o Vieira Defendido, nos quês negava que fosse auctor da Arte de Furtar o Padre AntonioVieira. Aqui defendeu elle uma boa causa, posto que nem sempre com mui sólidas e convicentes razões; concluiu que a Arte de Furtar era obra posterior a Vieira, no que não podemos concordar, e antes a reputamos de mais antiga data. -  Depois de varias poesias latinas, e elogios português publicou em 1745 a primeira sua obra didactica, o Secrectario Portuguez, obra, que no seu gênero em succesivas edições; honra não vulgarmente concedida a escriptos português.continua item X., da pagina abaixo mencionada.

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Ficha bibliográfica

FREIRE, Francisco José, 1714-1773
(CÂNDIDO LUSITANO, pseud.)

Reflexões sobre a lingua portugueza / Escrito por Francisco José Freire
Lisboa : Typ. Soc. Propagadora dos Conhecimentos Uteis, 1842. - 1 v. ; 19 cm

BN L. 32554 P.

Nota

No exemplar que usamos estão encadernados em conjunto os três volumes (partes) de Reflexões e ainda uma Memoria... estranha ao nosso Freire. A folha de rosto da Parte Primeira traz sigla de possuidor. As três partes estão, como é natural, paginadas autonomamente: Parte Primeira (Trata do valor das palavras e correcção da Grammatica), XXIV + 183 p.; Parte Segunda (Trata do que pertence á pronunciação), 188 p.; Parte Terceira (Comprehende illustrações e additamentos ás Partes 1.ª e 2.ª), 144 p. Concluem cada uma das partes notas não autorais, para que terá substancialmente contribuído J. Heliodoro da Cunha Rivara. Tenha-se em conta que no final da 3.ª parte ainda se dão erratas da 1.ª e aditamentos e retoques da prefação.

Obra póstuma - Cândido Lusitano morreu em 1773 -, foram as Reflexões publicadas aos cuidados de Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara, como reza nota dos editores aposta à prefação: «O Sr. Rivara, por sua erudição bem conhecido, auctor do presente prologo e de mui preciosas bases para as notas, (por exemplo, a breve dissertação sobre o que devemos entender por AA. classicos) teve a bondade de vigiar pela exacção da copia do Ms.» (1, p. XXIV). A responsabilidade de Rivara não terá estado muito aquém da de editor propriamente dito, mesmo se não chancelou todas as fases da publicação. Entretanto, as notas de comentário a Freire, que excedem o programa de um editor literário como o concebemos hoje, também não são exclusivamente de Rivara, ainda que lhe devam por certo o melhor. Em carta a Castilho, de 19-9-1842, Rivara diz que tais notas «não são todas m[inhas]. Eu tinha-lhes dado outra forma, mas lá fundiram-nas, e additaram-nas; e assim não há [como] distinguir o meu trabalho do alheio. Só conservaram intactas algumas mais extensas, taes são a 1.ª sobre a auctorid[ade] dos Classicos; a de pag. 173 sobre Douto e Erudito; e a ultima a pag. 178 e seg[uintes] sobre nomes sobrenomes, e appellidos. Como os accrescentam[entos] são louvaveis, parece-me justo e necessario fazer a V. S.ª esta declaração, p[ara] me não ser attribuido o merecim[ento] alheio» (Cartas, p. 48; também a carta de 7-4-1841, p. 30, refere os trabalhos em torno das Reflexões).

Em 1863 houve 2.ª edição (Lisboa, Typographia do Panorama), a qual se limita a seguir o texto do impresso de 1842. Mais perto de nós, ao longo de mais de uma década, na Revista de Portugal, série A. Língua Portuguesa, entre p. 174-176 do volume 2, 1943, e p. 192-198, do volume 18, 1953, foram sendo publicadas as Reflexões. Esta publicação não declara editor literário, e, pelo que vimos de cotejo relativo à Reflexão 1.ª, reproduz a lição de 1842, com actualização da ortografia (pontuação exclusive) e prejuízo de partes paratextuais (ter-se-á omitido, por exemplo, as p. 1-4, de «Introducção ao escriptor principiante», e o prefácio de Rivara). O autógrafo das Reflexões, 137 f., está na Biblioteca Pública de Évora (com a cota, criada por Cunha Rivara, Cod. CXIII/2-1) e, segundo o respectivo catálogo, é de 1768.

Bibliografia

Cartas de António Feliciano de Castilho e de Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara, apresentadas por Luís Silveira, [Évora, Minerva Comercial, 1941], p. 30, p. 48.
Aníbal Pinto de Castro, «Freire (Francisco José)», Biblos. Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa, 2, Lisboa, Verbo, 1997, c. 697-700.
Inocêncio Francisco da Silva, Diccionario Bibliographico Portuguez, 2, Lisboa, Imprensa Nacional, 1859, p. 404-411; 9, 1870, p. 313-314.
Inocêncio Francisco da Silva, «Candido Lusitano (Padre Francisco José Freire)», Archivo Pittoresco. Semanario illustrado, 8, 1865, p. 193, 211-212, 246-247, 299-300.

Fonte: http://purl.pt/135/  -  http://purl.pt/135/index-HTML/M_index.html
Item VIII e seguintes do livro Reflexões sobre a Língua Portugueza escriptas por Francisco José Freire, ano de 1842.