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"Nosso Grupo de Genealogia da Familia Freire será tão forte quanto seus membros o façam"

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Ascendentes de Hamilton Freire de Andrade Júnior

 

        

Manuel Freire de Andrade  

 

 

 Manuel Freire de Andrade  natural de Pereiro – Ceará, nasceu no ano de 1862, era filho do Capitão da Guarda Nacional José Freire de Andrade e de Dona Isabel Maria da Conceição, (meus trisavós).

         Eram seus irmãos: 

1 - Alferes da Guarda Nacional Ciriaco  Freire de Andrade, casado com Dona Luzia Rodrigues Caminha Freire, que são avós, pelo lado paterno, de meu pai Hamilton Freire de Andrade. 

2 – Jornalista João Freire de Andrade, casado com Dona Olímpia Rodrigues Caminha Freire, avós pelo lado paterno, de minha mãe Cici Freire de Andrade.

 

Aprendeu as primeiras letras nas escolas primárias de sua terra natal. Muito moço ainda, já demonstrava um acentuado pendor pelas letras. Tinha o hábito de ler. Tornou-se autodidata.

 

Em 1890, foi nomeado Coletor das Rendas Provinciais do Município do Pereiro, em cuja sede também exercia a profissão de comerciante. Em 25 de maio deste mesmo ano, consorciou-se, civil e religiosamente, com a jovem Ana Raulino Mourão, (Aninha), filha do Tenente Manuel Raulino Mourão e de Dona Maria Conceição de Moura. Não houve descendentes. Por diversas vezes, em diferentes períodos, ocupou, interinamente, as mais diversificadas funções públicas, ligadas ao Fórum local, em virtudes de freqüentes solicitações que lhe eram feitas, por parte dos próprios representantes da Justiça Pública do Município. Como político, foi exemplo de moderação e nobreza, chegando a merecer a estima e o respeito de seus próprios adversários.

 

Cumpriu, honradamente, todas as incumbências que lhe foram confiadas.

 

Manuel Freire de Andrade deu tudo de si, em favor da liberdade plena dos escravos pereirenses, cuja emancipação total teve lugar no Adro da Igreja Matriz, em 27 de setembro de 1883, em sessão solene e memorativa, data também consagrada aos festejos religiosos em homenagem aos gloriosos oragos da Paróquia Cosme e Damião. Por força desse ato fraterno e humano, o Pereiro teve a glória de ficar em 3º lugar, exclusive Fortaleza, dentre os municípios interioranos cearenses, a libertarem os cativos. Isto significa dizer que, cinco anos antes da Lei – Áurea, proclamada em 1888, pela Princesa Isabel, já não mais existia a escravidão em terras pereirenses.

 

“Teve a 13 de Janeiro de 1885, patente de Tenente-Ajudante do Estado Maior do Batalhão de Infantaria do Serviço Ativo nº 35 da Guarda Nacional da Freguesia do Pereiro”. (Livro 306 – Registro Geral de Correspondência – p. s/n – Arq. Púb. do Ceará).

 

E, em 1916 transferiu-se para a cidade de Quixadá- CE, onde foi comerciante, Presidente da Associação Comercial e Prefeito do Município.

 

Como jornalista, colaborou no jornal “O Sitiá”, ali editado, e, posteriormente, em Fortaleza , nos diários “A Tribuna”, “O Povo” e “O Nordeste”, em cujas páginas, deixou o registro de sua pena fluente e o vigor inconteste de sua inteligência.

 

Como homem de letras, prestou inestimáveis serviços á sua terra natal e ao seu povo.

 

Legou, á sua  numerosa e ilustre família, o dignificante exemplo de uma vida honesta e cristã, toda ela devotada ao bem-estar dos seus concidadãos.

 

Faleceu em 15 de julho de 1942. Seus restos mortais repousam no “Cemitério de São João Batista”, em Fortaleza, ao lado de sua digníssima esposa Ana Raulino Mourão Freire.

 

Era Correligionário e amigo intimo do Dr. Manuel do Nascimento Fernandes Távora, de quem recebeu a seguinte manifestação de apreço:

         Manuel Freire De Andrade

         Fernandes Távora

         (Especial para “O Povo”)

-         Há trinta dias, deixou de pertencer ao número dos vivos Manuel Freire de Andrade, cuja memória evoco, neste momento sob o pungente aguilhão do pesar e da saudade.

-         Não era homem vulgar esse venerável cidadão que, durante cerca de 80 anos, passou pelo mundo enclausurado na sua grande modéstia e dignidade, benfazendo aos seus semelhantes e dignificando a espécie. Entre os simples de sua gleba natal como no seio de sociedades mais cultas, foi sempre o mesmo: não nutria rancores, não invejava riquezas, não mercadejava o seu direito, não se dobrava aos poderosos, não mudava.

-         Por quase trinta anos, logrei a ventura de tê-lo ao meu lado, nos momentos de bonanças como nos dias núbilos , sempre digno, sempre desprendido, sempre firme.

-         De uma honradez a toda prova, de uma dedicação sem limites, de uma lealdade intranstejável, de um caráter inflexível, era o protótipo do homem e do cidadão, hoje dificilmente encontradiço, nestes desgraçados tempos de instabilidade e de vertigem.

-         Na vida privada, era um santo laico, e seu lar um santuário onde brilhavam perenemente as chamas do amor e da caridade, que jamais se apagam na remansada tranqüilidade das almas eleitas.

-         Pobre, jamais deixou de exercer a caridade, nas suas formas mais nobres e louváveis; funcionário público corretíssimo, não claudicou um só momento no cumprimento do seu dever; amigo, nunca vacilou diante de qualquer dificuldade. Quando estavam em jogo a sua dedicação e a lealdade.

-         Homem integral na vida particular, como também na vida pública, nunca manifestou o menor laivo de amor próprio ou vaidade, por tantas qualidades e virtudes que ornavam sua personalidade de escol.

-         Como viveu, assim morreu: Calmamente, estoicamente, sem alardes nem queixumes, porque, justo e bom, não tremeu ante as sombras da morte, certo de que o crepúsculo que lhe caía sobre os olhos era o aurorear do dia eterno.

-         De sua passagem pela terra algo ficou maior que as encomendadas glórias ou duvidosas benemerências dos ricos e poderosos, que preste se esvaem, com o esquecimento dos que as ditaram e a indiferença ou o desdém dos que nelas jamais acreditaram.

-         Com a forma que passou, não desapareceu a beleza moral dessa vida, honra de uma geração que ele representou com suma dignidade; alto e nobre exemplo que deveria ser ás novas gerações cearenses, se elas pudessem parar um pouco na vertigem dos seus dias tormentosos e angustiados, para mirar-se no límpido cristal dessa personalidade singular.

-         Aqueles que sentiram o calor do seu afeto jamais o esquecerão; e a mim, que ainda o sinto bem junto ao coração, sua sombra estará sempre presente, como perene e primoroso incenso no santuário da recordação.

(“O POVO” de 13 de agosto de 1942).

 

 

Fonte: Pesquisa elaborada por Hamilton Freire de Andrade Júnior,  Biografia: Livro, "Filhos Ilustres de Pereiros", Autor: Adauto Odilon da Silva