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"Nosso Grupo de Genealogia da Familia Freire será tão forte quanto seus membros o façam"

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Meu Sobrenome é ....
Rubens R. Câmara


 
 
Recebemos muitos correios eletrônicos nos quais os amigos pedem esclarecimentos sobre esse ou aquele sobrenome, qual a origem, etc. Na verdade, não dá para através do sobrenome pura e simplesmente dizer alguma coisa aproveitável sobre ele. Não funciona aquela história de "diga-me seu nome, dir-lhe-ei sua história". 

Antigamente não se usavam sobrenomes. Quando as coisas começaram a complicar, as pessoas eram destacadas por algum apelido que dizia respeito à aparência, profissão, lugar de onde vinha, condição dentro da família, etc. Exemplos: gordo, velho, sapateiro, filho, do vale, etc. Tinha gente que não gostava, ou seja, não concordava com a alcunha, aí, numa certa forma de diplomacia, surgiram os nomes compostos. 

Mas, era uma pobreza imensa de criatividade, os nomes eram: Antônio João, Gonçalo Antônio, Gaspar Francisco, Manoel André, Maria João, Isabel Antônio, Ana Luis, e assim por diante. É claro que estamos falando de épocas mais remotas (1300-1400), mas isso ainda pode ser notado com muita clareza nos anos 1500-1700. Na árvore genealógica de Rubens Câmara há vários antepassados com esse tipo de nome. 

Mais tarde, começaram os nomes patronímicos mesmo, ou seja, aqueles que derivavam do nome do pai, assim: o filho de Gonçalo tinha sobrenome Gonçalves; Antônio=Antunes; Rodrigo=Rodrigues; Simão=Simões; Bernardo=Bernardes, Fernando=Fernandes, etc, etc. Só que em pequenas vilas e aldeias, a falta de criatividade continuava. Rubens Câmara já pesquisou algumas localidades de Portugal onde seguramente dois terços dos habitantes tinham sobrenome Gonçalves. E ele, que procurava um antepassado chamado Francisco Gonçalves, encontrou uns vinte nascidos mais ou menos à mesma época. 

Até aqui, estamos falando do povão, que aliás representa a grande parte de toda genealogia. Já os nobres tinham um sistema de nomes melhor estruturado desde épocas mais remotas. De qualquer forma, com o avanço do tempo os sobrenomes foram se firmando e aí começou a grande confusão. Os nomes de famílias foram pipocando em todos os rincões de Portugal de forma repetitiva. Isto é, o Pereira que surgiu no norte, não é o mesmo que apareceu em outro lugar. Uma coisa, porém, é interessante em termos genealógicos. Os topônimos começaram a ser adotados principalmente por aqueles que trocavam Portugal pelas colônias. Assim, os sobrenomes hoje do tipo Bastos, Barcellos, Braga, Coimbra, etc, representam a região de onde nossos antepassados vieram. Ao lado desse nomes conhecidos, existem outros de localidades de sonoridade um tanto diferente, tais como: Mundim, Sarzedo, Gondim, Leiria, etc. 

Além do mais, não havia regra para a composição dos sobrenomes da pessoas. Muitas vezes o sobrenome era literalmente inventado para se distinguir de outra pessoa. O avô materno do Marco Polo se chamava Alberto Antonio Teixeira, filho de José Antonio Teixeira e Etelvina da Silva Penna. Pois bem, no comércio ele adotou o nome Alberto Antonio Teixeira DUTRA, que transmitiu aos herdeiros. A avó paterna do mesmo Marco Polo tinha por nome Alice Pheeney de Camargo e Silva, filha de Francisco Leôncio da Silva e Januária Maria de Toledo. Ela fôra batizada por Eulália de CAMARGO e tomou esse sobrenome da madrinha. Legal, não? 

Os índios e os escravos também tomaram seus sobrenomes de padres, benfeitores, padrinhos ou mesmos senhores. Quantos sertanejos mais pobres não fizeram o mesmo? Alguém se lembra do Presidente Sarney, cujo avô era empregado de Sir Neill? 

O interessado, ao endereçar sua consulta, na rede pública ou a algum pesquisador em particular, deve destacar o seguinte: 

  • A região em que a família procurada vive. E essa região deve ser a mais reduzida possível. Por exemplo: em Formiga, MG, cidade natal do Rubens, de cerca de 50 mil habitantes, quem tiver sobrenome Câmara tem 95% de chance de estar ligado à família dele. Não 100%, porque existe outra família Câmara lá na região que não tem a mesma origem. Por outro lado, quem tiver sobrenome Mello, terá 1% de chance de ser parente dele, em razão das várias famílias que existem por lá de diferentes origens;
  • A época em que se está interessado. Não é muito elegante algo do tipo "quero saber tudo sobre os (...) de tal lugar". Na rede não há gente disponível para pesquisar para você. Ali você deve buscar dicas para você próprio ir atrás. Procure, pois, localizar seu ponto de partida para seu interlocutor;
  • As informações que você tem sobre o assunto ou familiar pesquisado e seus colaterais, uma vez que muitas vezes uma informação secundária ajuda a identificar a informação principal;
  • As fontes que você já consultou, para evitar o constrangimento de seu consultado sugerir coisas que você já viu;


Quanto o maior número de informações que daquele que indaga apresentar, maior será a ajuda ao consultado para responder com maior precisão, se tiver as informações. 
  

Fonte: http://gens.fateback.com/gn_meu_sobrenome.html