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"Nosso Grupo de Genealogia da Familia Freire será tão forte quanto seus membros o façam"

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VOCÊ SABIA QUE MUITOS BRASILEIROS SÃO DESCENDENTES DE JUDEUS?

Por Marcelo Miranda Guimarães

Um povo para ser destacado dentre as nações precisa conhecer sua identidade, buscando profundamente suas raízes. Os povos formadores do tronco racial do Brasil são perfeitamente conhecidos, como: o índio, o negro e o branco, destacando o elemento português, nosso colonizador. Mas, quem foram estes brancos portugueses? Pôr que eles vieram colonizar o Brasil ? Viriam eles atraídos só pelas riquezas e Maravilhas da terra Pau-Brasil ? A grande verdade é que muitos historiadores do Brasil colonial ocultaram uma casta étnica que havia em Portugal denominada por cristãos-novos, ou seja, os Judeus ! Pôr que ? (responder esta pergunta poderia ser objeto de um outro artigo).

Em 1499, já quase não havia mais judeus em Portugal, pois estes agora tinham uma outra denominação: eram os cristãos-novos. Eles eram proibidos de deixar o país, a fim de não desmantelar a situação financeira e comercial daquela época, pois os judeus eram prósperos.  Os judeus sefarditas, então, eram obrigados a viver numa situação penosa, pois, por um lado, eram obrigados a confessar a fé cristã e por outro, seus bens eram espoliados, viviam humilhados e confinados naquela país. Voltar para Espanha, de onde foram expulsos, era impossível, bem como seguir em frente, tendo à vista o imenso oceano Atlântico. O milagre do Mar Vermelho se abrindo, registrado no Livro de Exôdo, precisava acontecer novamente.

Naquele momento de crise, perseguição e desespero, uma porta se abriu: providência divina ou não, um corajoso português rasga o grande oceano com sua esquadra e, em abril de 1500, o Brasil foi descoberto.

Na própria expedição de Pedro Álvares Cabral já aparecem alguns judeus, dentre eles, Gaspar Lemos, Capitão-mor, que gozava de grande prestígio com o Rei D. Manuel. Podemos imaginar que tamanha alegria regressou Gaspar Lemos a Portugal, levando consigo esta boa nova: - descobria-se um paraíso, uma terra cheia de rios e montanha, fauna e flora jamais vistos. Teria pensado consigo: não seria ela uma “terra escolhida” para meus irmãos hebreus ? Esta imaginação começou a tornar-se realidade quando o judeu Fernando de Noronha, primeiro arrendatário do Brasil, demanda trazer um grande número de mão de obra para explorar seiscentas milhas da costa, construindo e guarnecendo fortalezas na obrigação de pagar uma taxa de arrendamento à coroa portuguesa a partir do terceiro ano. Assim, milhares e milhares de judeus fugindo da chamada “Santa Inquisição” e das perseguições do “Santo Ofício” de Roma, começaram a colonizar este país.

Afinal, os judeus ibéricos, como qualquer outro judeu da diáspora, procurava um lugar tranqüilo e seguro para ali se estabelecer, trabalhar, e criar sua família dignamente. O tema é muito vasto e de grande riqueza bibliográfica e histórica. Assim, queremos com esta matéria abordar ligeiramente o referido tema, despertando, principalmente, o leitor interessado que vive fora da comunidade judaica.

Neste pequeno estudo, queremos mencionar a influência judaica na formação da raça brasileira, apresentando apenas alguns fatos históricos importantes ocorridos no Brasil colonial, destacando uma lista de nomes de judeus-portugueses e brasileiros que enfrentaram os julgamentos do “Santo Ofício” no período da Inquisição. Os fatos históricos são muitos e podem ser encontrados em vários livros que tratam com detalhes desse assunto, como já mencionado.

Comecemos, então, apresentando um pequeno resumo da história dos judeus estendendo até ao período do Brasil Colonial. Desde a época em que o Rei Nabucodonosor conquistou Israel, os hebreus começaram a imigrar-se para a península ibérica. A comunidade judaica na península cresceu ainda mais

durante os séculos II e I A.C., no período dos judeus Macabeus. Mais tarde, depois de Cristo, no ano 70, o imperador Tito ordenou destruir Jerusalém, determinando a expulsão de todo judeu de sua própria terra. A derrota final ocorreu com Bar Kochba no ano 135 d.C, já na diáspora propriamente dita. A história confirma a presença dos judeus ibéricos, também denominados “sefaradim”, nessa península, no período dos godos, como comprovam as leis góticas que já os discriminavam dos cristãos. As relações judaico-cristãs começaram a agravar-se rapidamente após a chegada a Portugal de 120.000 judeus fugitivos e expulsos pela Inquisição Espanhola por meio do decreto dos Reis Fernando e Isabel em 31.03.1492. Não demorou muito, a situação também se agravava em Portugal com o casamento entre D. Manoel I e Isabel, princesa espanhola filha dos reis católicos. Várias leis foram publicadas nessa época, destacando-se o édito de expulsão de D. Manoel I. Mais de 190.000 judeus foram forçados a confessar a fé católica, e após o batismo eram denominados “cristãos-novos”, quando mudavam também os seus nomes. Várias atrocidades foram cometidas contra os judeus, que tinham seus bens confiscados, saqueados, sendo suas mulheres prostituídas e atiradas às chamas das fogueiras e as crianças tinham seus crânios esmagados dentro das próprias casas.

O descobrimento do Brasil em 1500 veio a ensejar uma nova oportunidade para esse povo sofrido. Já em 1503 milhares de “cristãos-novos” vieram para o Brasil auxiliar na colonização. Em 1531, Portugal obteve de Roma a indicação de um Inquisidor Oficial para o Reino, e em 1540, Lisboa promulgou seu primeiro Auto-de-fé. Daí em diante o Brasil passou a ser terra de exílio, para onde eram transportados todos os réus de crimes comuns, bem como judaizantes, ou seja, aqueles que se diziam aparentemente cristãos-novos, porém, continuavam em secreto a professar a fé judaica. E é nesses judaizantes portugueses que vieram para o Brasil nessa época que queremos concentrar nossa atenção.

De uma simples terra de exílio a situação evoluiu e o Brasil passou a ser visto como colônia. Em 1591 um oficial da Inquisição era designado para a Bahia, então capital do Brasil. Não demorou muito, já em 1624, a Santa Inquisição de Lisboa processava pela primeira vez contra 25 judaizantes brasileiros (os nomes abaixo foram extraídos dos arquivos da Inquisição da Torre do Tombo, em Lisboa).

Os nomes dos judaizantes e os números dos seus respectivos dossiês foram extraídos do Livro: “Os Judeus no Brasil Colonial” de Arnold Wiznitzer – página 35 – Pioneira Editora da Universidade de São Paulo:

Alcoforada, Ana 11618
Antunes, Heitor 4309
Antunes, Beatriz 1276
Costa, Ana da 11116
Dias, Manoel Espinosa 3508
Duarte, Paula 3299
Gonçalves, Diogo Laso 1273
Favella, Catarina 2304
Fernandes, Beatriz 4580
Lopes, Diogo 4503
Franco, Lopes Matheus 3504
Lopes, Guiomar 1273
Maia, Salvador da 3216
Mendes, Henrique 4305
Miranda, Antônio de 5002
Nunes, João 12464
Rois, Ana 12142
Souza, João Pereira de 16902
Teixeira, Bento 5206
Teixeira, Diogo 5724
Souza, Beatriz de 4273
Souza, João Pereira de 16902
Souza, Jorge de 2552
Ulhoa, André Lopes 5391   

Continuando nossa pesquisa, podemos citar outras dezenas e dezenas de nomes e sobrenomes, devidamente documentados, cujas pessoas foram também processadas a partir da data em que a Inquisição foi instalada aqui no Brasil. È importante ressaltar que nesses processos os sobrenomes abaixo receberam a qualificação de “judeus convictos” ou “judeus relapsos” em alguns casos. Por questão de espaço citaremos apenas nesta primeira parte os sobrenomes, dispensando os pré-nomes:

LETRA A
Abreu,  Álvares,  Azeredo,  Ayres, Affonseca,  Azevedo,  Affonso, Aguiar, Almeida, Amaral, Andrade, Antunes, Araújo, Ávila, Azeda.

LETRA B
Barboza, Barros, Bastos, Borges, Bulhão,Bicudo.

LETRA C
Cardozo, Campos, Cazado, Chaves, Costa, Carvalho, Castanheda,  Castro, Coelho, Cordeiro, Carneiro,  Carnide, Castanho, Corrêa, Cunha.

LETRA D
Diniz, Duarte, Delgado, Dias.

LETRA E
Esteves, Évora.

LETRA F
Febos, Fernandes, Flores, Franco, Ferreira, Figueira, Fonseca, Freire, Froes, Furtado, Freitas.

LETRA G
Galvão, Garcia, Gonçalves, Guedes, Gomes, Gusmão.

LETRA H
Henriques.

LETRA I
Izidro.

LETRA J
Jorge.

LETRA L
Laguna, Lassa, Leão, Lemos, Lopes, Lucena, Luzaete, Liz, Lourenço.

LETRA M

Macedo, Machado, Maldonado, Mascarenhas, Martins, Medina, Mendes, Mendonça, Mesquita, Miranda, Martins, Moniz, Monteiro, Moraes, Morão, Moreno, Motta, Munhoz, Moura.

LETRA N
Nagera, Navarro, Nogueira, Neves, Nunes.

LETRA O
Oliveira, Oróbio, Oliva.

LETRA P
Paes, Paiva, Paredes, Paz, Pereira, Perez, Pestana, Pina, Pinheiro, Pinto, Pires, Porto.

LETRA Q
Quaresma, Quental.

LETRA R
Ramos, Rebello, Rego, Reis, Ribeiro, Rios, Rodrigues, Rosa.

LETRA S
Sá, Sequeira, Serqueira, Serra, Sylva, Silveira, Simões, Siqueira, Soares, Souza.  

LETRA T
Tavares, Telles, Torrones,Tovar,Trigueiros, Trindade.

LETRA V
Valle, Valença, Vargas, Vasques, Vaz, Veiga, Vellez, Vergueiro, Vieira, Villela.

 (A lista dos sobrenomes citados acima não exclui a possibilidade da existência de outros sobrenomes portugueses de origem judaica. – Fonte: Extraído do livro: “Raízes judaicas no Brasil” – Flávio Mendes de Carvalho – Ed. Nova Arcádia  1992).

Todos esses judeus brasileiros, cujos sobrenomes estão citados acima, foram julgados e condenados pela Inquisição de Lisboa, sendo que alguns foram deportados para Portugal e queimados, como por exemplo o judeu Antônio Felix de Miranda, que foi o primeiro judeu a ser deportado do Brasil Colônia. Outros foram condenados a cárcere e hábito perpétuo.

Quando os judeus aqui chegavam, desembarcavam na maioria das vezes na Bahia, por ser naquela época o principal porto. Acompanhando a história dessas famílias, nota-se que grande parte delas se dirigia em direção ao sul, muitas vezes fixando residência nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Outros subiam em direção ao norte do país, destacando a preferência pelos Estados de Pernambuco e Pará. Esses estados foram bastante influenciados por uma série de costumes judaicos, que numa outra oportunidade gostaríamos de abordar.

É importante ressaltar que não podemos afirmar que todo brasileiro, cujo sobrenome constante desta lista acima seja necessariamente descendente direto de judeus portugueses.

Para saber-se ao certo necessitaria uma pesquisa mais ampla, estudando a árvore genealógica das famílias, o que pode ser feito com base nos registros disponíveis nos cartórios. Mas, com certeza, o Brasil tem no seu sangue e nas suas raízes os traços marcantes deste povo muito mais do que se imagina, quer na sua espiritualidade, religiosidade ou mesmo em muitos costumes.

Constatamos que o Brasil já se destaca dentre outras nações como uma nação que cresce rapidamente na direção de uma grande potência mundial. A influência histórica judaica-sefardita é inegável. Os traços físicos de nosso povo, os costumes, hábitos e algumas tradições são marcas indubitáveis desta herança. Mas, há uma outra grande herança de nosso povo, a fé. O brasileiro na sua maioria pode ser caracterizado como um povo de fé, principalmente, quando esta fé está fundamentada no conhecimento do Deus de Abraão, Isaque e Jacó, ou seja, no

único e soberano Deus de Israel.

Isto sim, tem sido o maior, o melhor e o mais nobre legado do povo judeu ao povo brasileiro e à humanidade.

Fonte: http://www.ensinandodesiao.org.br/Abradjin/0601.htm

JUDEUS PORTUGUESES NA CLANDESTINIDADE E NO EXÍLIO

Exílio

Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades
(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Nas últimas semanas o Correio da Judiaria recebeu várias mensagens de leitores que indagavam sobre as suas eventuais raízes judaicas. Por vezes os nomes de família e as terras de origem dizem tudo, e basta uma consulta rápida em dois ou três livros de história ou genealogia sefardita para confirmar uma conversão forçada ao catolicismo ou um julgamento perante os tribunais da Inquisição. Outras vezes é preciso trabalhar mais para conseguir desenterrar o que em muitas famílias portuguesas é o mais bem guardado dos segredos. Há uma extensa bibliografia que pode ajudar a traçar esta geografia da identidade pessoal de muitos descendentes de judeus portugueses. Aqui ficam alguns dos livros que considero fundamentais:

“A History of the Marranos”, Cecil Roth
“Sangre Judia”, Pere Bonnin
“Secrecy and Deceit: The Religion of the Crypto-Jews”, David Gitlitz
“Os Marranos em Portugal”, Arnold Diesendruck
"A Origem Judaica dos Brasileiros”, José Geraldo Rodrigues de Alckmin Filho

A título de referência breve, aqui seguem alguns nomes de família de comprovada origem “cripto-judaica”, prevalentes, mas não de forma exclusiva, nas regiões da Beira-Baixa, Trás-os-Montes e Alentejo*:

Amorim; Azevedo; Alvares; Avelar; Almeida; Barros; Basto; Belmonte; Bravo; Cáceres; Caetano; Campos; Carneiro; Carvalho; Crespo; Cruz; Dias; Duarte; Elias; Estrela; Ferreira; Franco; Gaiola; Gonçalves; Guerreiro; Henriques; Leão; Lemos; Lobo; Lombroso; Lopes; Lousada; Macias; Martins; Mascarenhas; Mattos; Meira; Mello e Canto; Mendes da Costa; Miranda; Montesino; Morão; Moreno; Morões; Mota; Moucada; Negro; Oliveira; Ozório; Paiva; Pardo; Pilão; Pina; Pinto; Pessoa; Preto; Pizzarro; Ribeiro; Robles; Rodrigues; Rosa; Salvador; Souza; Torres; Vaz; Viana e Vargas.

Nomes de famílias judaicas portuguesas na Diáspora (Holanda, Reino Unido e Américas)**

Abrantes; Aguilar; Andrade; Brandão; Brito; Bueno; Cardoso; Carvalho; Castro; Costa; Coutinho; Dourado; Fonseca; Furtado; Gomes; Gouveia; Granjo; Henriques; Lara; Marques; Melo e Prado; Mesquita; Mendes; Neto; Nunes; Pereira; Pinheiro; Rodrigues; Rosa; Sarmento; Silva; Soares; Teixeira e Teles (entre muitos outros).

Sobrenomes judaicos de origem portuguesa na América Latina***:

Almeida; Avelar; Bravo; Carvajal; Crespo; Duarte; Ferreira; Franco; Gato; Gonçalves; Guerreiro; Léon; Leão; Lopes; Leiria; Lobo; Lousada; Machorro; Martins; Montesino; Moreno; Mota; Macias; Miranda; Oliveira; Osório; Pardo; Pina; Pinto; Pimentel; Pizzarro; Querido; Rei; Ribeiro; Robles; Salvador; Solva; Torres e Viana

*in “Os Marranos em Portugal”, Arnold Diensendruck
** in “Raízes Judaicas no Brasil”, Flávio Mendes de Carvalho
*** in “Os Nomes de Família dos Judeus Creolos”, estudo de Arturo Rab, publicado na revista “Juedische Familien Forschung”, Berlim, 1933

Mais uma Estátua Derrubada

Depois desta e desta, agora foi a vez da mais antiga estátua de Francisco Franco em Espanha (que se erguia à entrada de Narón) merecer um justo derrube. Foi na segunda-feira passada. O blow-by-blow (literalmente) do derrube da estátua do ditador de Ferrol é contado na primeira pessoa pelos responsáveis. O El Ideal Gallego Digital dá a notícia. Os rapazes do P.O.U.M (o meu avô incluído) estariam hoje orgulhosos! ¡Um saúdo!  

Os Judeus de Cabo Verde

 

A Congregação Har Shalom, nos arredores de Washington DC, vai acolher no próximo domingo, dia 14, uma conferência sobre os judeus de Cabo Verde. Carol Castiel, jornalista da Voz da América e investigadora de genealogia sefardita, irá apresentar as conclusões de um dos seus estudos sobre a mais recente das comunidades judaicas de Cabo Verde, composta maioritariamente por famílias originárias de Marrocos e Gibraltar que se fixaram no arquipélago em meados do século XIX. A conferência tem a chancela da Jewish Genealogy Society of Greater Washington. Já agora, aqui vai a morada da Congregação Har Shalom, para quem estiver aqui deste lado do mundo e por lá quiser passar: 11510 Falls Road, Potomac, Maryland.

Um artigo interessante sobre a história mais remota dos judeus de Cabo Verde e da costa da Guiné – e as suas ligações aos judeus portugueses – pode ser lido aqui.

O Caso Arrumado passou pela Rua da Judiaria e diz que gostou das vistas. Depois de retribuída a visita, o sentimento é recíproco. Bekavana le’hisháer!

Outros blogs que vamos passar a incluir nas nossas viagens diárias são o recém-criado Super Flumina, o uber-produtivo Crítica Lusa e o interessantíssimo Quase em Português.

Fonte: http://ruadajudiaria.blogspot.com/2003_12_11_ruadajudiaria_archive.html#107118995046235750

 

Genealogia Judaico-Brasileira

Sobrenomes usados por cristãos novos processados pela Inquisição

 O que toda essa história tem a ver com você? Estima-se que cerca de um décimo (1/10), da população brasileira seja de descendentes de judeus cristãos-novos - alguns historiadores afirmam que na verdade essa proporção é de 35%. Isso equivale, na menor das estimativas, a 17 milhões de pessoas. Segue-se uma lista retirada do livro "As raízes judaicas no Brasil", de Flávio Mendes de Carvalho, com os sobrenomes de cristãos-novos, brasileiros ou residentes no Brasil, condenados pela Inquisição nos séc. XVII e XVIII e que constam nos arquivos da Torre do Tombo em Lisboa. A sua família pode estar citada aqui! É bom lembrar que os judeus, por ocasião da conversão forçada e para esconder suas raízes e evitar a perseguição, adotaram muitos sobrenomes de cristãos-velhos. Assim o fato de um sobrenome estar na lista não nos garante dizer que todas as pessoas que o carregam são descendentes dos cristãos-novos. Por outro lado, o fato de outro sobrenome não estar, não quer dizer que não seja de origem judaica, posto que a pesquisa de Flávio Mendes não abrangeu todo o período de atuação da Inquisição e ainda que muitas famílias conseguiram manter-se em segredo. Na obra do historiador, também descendente de cristãos-novos, constam os nomes e na maioria das vezes a naturalidade, o parentesco e residência dos judaizantes - termo como eram chamados os conversos descobertos praticando o judaísmo. Há vários casos em que muitos dos membros de uma mesma família foram condenados e torturados para delatar a sua própria gente.

Nota sobre os nomes de árvore como sobrenome judaico

Corre pelo Brasil uma certa crença de que todos os sobrenomes com nomes de planta e de animais são sobrenomes de cristãos-novos. Isso é um mito porque muitos desses nomes são bastante antigos e usados igualmente por famílias cristãs-velhas. Ainda há, como pode ser visto na lista, diversos outros tipos de sobrenomes também adotados pelas famílias de conversos, como os de origem geográfica (p. ex. Toledo, Évora), os de alcunha (p. ex. Moreno, Bueno), os de profissões (p. ex. Ferreira), os derivados de nomes de pessoas (p. ex. Henriques, Fernandes), entre outros.

A

Abreu Abrunhosa Affonseca Affonso Aguiar Ayres Alam Alberto Albuquerque Alfaro Almeida Alonso Alvade Alvarado Alvarenga Álvares/Alvarez Alvelos Alveres Alves Alvim Alvorada Alvres Amado Amaral Andrada Andrade Anta Antonio Antunes Araujo Arrabaca Arroyo Arroja Aspalhão Assumção Athayde Ávila Avis Azeda Azeitado Azeredo Azevedo

B

Bacelar Balão Balboa Balieyro Baltiero Bandes Baptista Barata Barbalha Barboza /Barbosa Bareda Barrajas Barreira Baretta Baretto Barros Bastos Bautista Beirão Belinque Belmonte Bello Bentes Bernal Bernardes Bezzera Bicudo Bispo Bivar Boccoro Boned Bonsucesso Borges Borralho Botelho Bragança Brandão Bravo Brites Brito Brum Bueno Bulhão
 
 
C

Cabaco Cabral Cabreira Cáceres Caetano Calassa Caldas Caldeira Caldeyrão Callado Camacho Câmara Camejo Caminha Campo Campos Candeas Capote Cárceres Cardozo/Cardoso Carlos Carneiro Carranca Carnide Carreira Carrilho Carrollo Carvalho Casado Casqueiro Cásseres Castenheda Castanho Castelo Castelo Branco Castelhano Castilho Castro Cazado Cazales Ceya Céspedes Chacla Chacon Chaves Chito Cid Cobilhos Coche Coelho Collaço Contreiras Cordeiro Corgenaga Coronel Correa Cortez Corujo Costa Coutinho Couto Covilhã Crasto Cruz Cunha

D

Damas Daniel Datto Delgado Devet Diamante Dias Diniz Dionisio Dique Doria Dorta Dourado Drago Duarte Duraes

E

Eliate Escobar Espadilha Espinhosa Espinoza Esteves Évora

F

Faísca Falcão Faria Farinha Faro Farto Fatexa Febos Feijão Feijó Fernandes Ferrão Ferraz Ferreira Ferro Fialho Fidalgo Figueira Figueiredo Figueiro Figueiroa Flores Fogaça Fonseca Fontes Forro Fraga Fragozo Franca Francês Francisco Franco Freire Freitas Froes/Frois Furtado
 
 
G

Gabriel Gago Galante Galego Galeno Gallo Galvão Gama Gamboa Gancoso Ganso Garcia Gasto Gavilão Gil Godinho Godins Goes Gomes Gonçalves Gouvea Gracia Gradis Gramacho Guadalupe Guedes Gueybara Gueiros Guerra Guerreiro Gusmão Guterres
 

H/I
 
Henriques Homem Idanha Iscol Isidro Jordão Jorge Jubim Julião
 
 
L

Lafaia Lago Laguna Lamy Lara Lassa Leal Leão Ledesma Leitão Leite Lemos Lima Liz Lobo Lopes Loucão Loureiro Lourenço Louzada Lucena Luiz Luna Luzarte
 
 
M

Macedo Machado Machuca Madeira Madureira Magalhães Maia Maioral Maj Maldonado Malheiro Manem Manganes Manhanas Manoel Manzona Marçal Marques Martins Mascarenhas Mattos Matoso Medalha Medeiros Medina Melão Mello Mendanha Mendes Mendonça Menezes Mesquita Mezas Milão Miles Miranda Moeda Mogadouro Mogo Molina Monforte Monguinho Moniz Monsanto Montearroyo Monteiro Montes Montezinhos Moraes Morales Morão Morato Moreas Moreira Moreno Motta Moura Mouzinho Munhoz
 
 
N

Nabo Nagera Navarro Negrão Neves Nicolao Nobre Nogueira Noronha Novaes Nunes
 
 
O

Oliva Olivares Oliveira Oróbio
 
 
P

Pacham/Pachão/Paixão Pacheco Paes Paiva Palancho Palhano Pantoja Pardo Paredes Parra Páscoa Passos Paz Pedrozo Pegado Peinado Penalvo Penha Penso Penteado Peralta Perdigão Pereira Peres Pessoa Pestana Picanço Pilar Pimentel Pina Pineda Pinhão Pinheiro Pinto Pires Pisco Pissarro Piteyra Pizarro Pombeiro Ponte Porto Pouzado Prado Preto Proença
 
 
Q

Quadros Quaresma Queiroz Quental
 
 
R

Rabelo Rabocha Raphael Ramalho Ramires Ramos Rangel Raposo Rasquete Rebello Rego Reis Rezende Ribeiro Rios Robles Rocha Rodriguez Roldão Romão Romeiro Rosário Rosa Rosas Rozado Ruivo Ruiz
 
 
S

Sa Salvador Samora Sampaio Samuda Sanches Sandoval Santarém Santiago Santos Saraiva Sarilho Saro Sarzedas Seixas Sena Semedo Sequeira Seralvo Serpa Serqueira Serra Serrano Serrão Serveira Silva Silveira Simão Simões Soares Siqueira Sodenha Sodré Soeyro Sueyro Soeiro Sola Solis Sondo Soutto Souza
 

T/U   

Tagarro Tareu Tavares Taveira Teixeira Telles Thomas Toloza Torres Torrones Tota Tourinho Tovar Trigillos Trigueiros Trindade Uchôa
 
 
V/X/Z

Valladolid Vale Valle Valença Valente Vareda Vargas Vasconcellos Vasques Vaz Veiga Veyga Velasco Velez Vellez Velho Veloso Vergueiro Viana Vicente Viegas Vieyra Viera Vigo Vilhalva Vilhegas Vilhena Villa Villalão Villa-Lobos Villanova Villar Villa Real Villella Vilela Vizeu Xavier Ximinez Zuriaga

Fonte: http://www.geocities.com/brasilsefarad/genealogia.htm

 

LISTA DE CRISTÃOS-NOVOS RESIDENTES EM MINAS

 

Listagem de cristãos-novos residentes nas Minas Gerais, entre 1712 e 1763 (retirada do livro “A Inquisição em Minas Gerais no Século XVIII”, de Neusa Fernandes):

EM BRUMADO: Agostinho José de Azevedo.

EM CACHOEIRA: Agostinho Pereira da Cunha, Ana do Vale, Antônio da Silva Pereira, Antônio Fernandes de Mattos, Antônio Rodrigues Campos, Baltazar de Godoi Moreira, Gregório da Silva Henriques, João Rodrigues Viana, Leonor Henriques, Manoel Nunes Sanches, Manoel Nunes Viana, Miguel da Silva Pereira.

EM CAETÉ: Antônio Nunes Ribeiro, Campos Bicudo, Jerônimo Pedroso de Barros, João Nunes Ribeiro, Manoel da Fonseca.

EM CATAS ALTAS: Francisco Ferreira Izidro, Francisco Pereira Chaves.

EM CONGONHAS DO CAMPO: José da Silva de Moraes, José Rodrigues de Oliveira.

EM CÓRREGO DO PAU DAS MINAS DE ARASUAHY: Antônio Pereira e Ávila, Antônio Fernandes Pereira.

EM CURRALINHO: Angela Roiz, Anna Roiz, Antonio de Castro, Antonio Rodrigues Gracio, Diogo de Paiva, Diogo Nunes, Diogo Nunes Henriques, Domingos Nunes Gracio, Domingos Roiz Ramires, Duarte Roiz, Elena Roiz, Francisco Fernandes Camacho, Francisco Nunes de Miranda, Jerônimo Rodrigues, João Lopes Álvares, João Nunes, João Nunes Ribeiro, José Aires Alves, Luiz Henriques, Manuel Dias, Manuel Nunes de Almeida, Manuel Nunes da Paz, Marcos Mendes, Miguel de Mendonça, Sebastião Nunes.

EM DIAMANTINA (ANTIGO TIJUCO): Antônio de Sá, Antônio Rineiro Furtado, Diogo Dias Fernandes, Francisco Dias Correa, Francisco Roiz de Lima, João de Moraes, João Rodrigues, João Rodrigues de Mesquita, João Roiz, José Nunes, Manoel Leandro.

EM FORNOS: José Rodrigues Cardoso.

EM ITAVERAVA: Antônio de Sá Tinoco.

EM LOCAL NÃO DEFINIDO: Ana Roiz, André Mendes Correia, Anna do Valle, Antonio Azevedo Coutinho, Antonio Beltrão, Antonio Cardoso Porto, Antonio da Fonseca de Magalhães, Antonio da Silva, Antonio de Carvalho Oliveira, Antonio de Mello, Antonio de Mendonça, Antonio de Miranda, Antonio Dias Correia, Antonio Fernandes Matos, Antonio Ferreira Dourado, Antonio Ferreira Pacheco, Antonio Lopes, Antonio Nunes, Antonio Rodrigues, Antonio Rodrigues Gracio, Antonio Roiz, Antonio Roiz de Andrade, Antonio Roiz Gracia, Antonio do Valle, Baltazar Godoi Moreira, Damião Roiz Moeda, David Mendes, Diogo de Aguilar Pantoja, Diogo de Ávila Henriques, Diogo Lopes de Simões, Diogo Lopes Simões, Diogo Mendes, Diogo Roiz, Diogo Roiz Ferreira, Diogo Roiz Leão, Domingos da Costa, Domingos Rodrigues, Duarte Roiz Mendes, Elena do Vale, Eugenio da Costa, Felippe de Oliveira, Felippe Mendes, Felix Mendes Leite, Felix Nunes de Miranda, Francisca de Araújo, Francisco Correia, Francisco de Arruda Sá, Francisco dos Santos, Francisco Fernandes Camacho, Francisco Ferreira, Francisco Ferreira da Fonseca, Francisco Froes, Francisco Gabriel Francisca, Francisco Godoi Moreira, Gaspar Henriques, Guiomar da Rosa, Henriques Pereira, Izabel Palhana, Jacinto Mendes, Jerônimo Roiz, Joanna Maciel, João de Almeida Sá, João Gomes de Barros, João Lopes, João Lopes Alvarez, João Lopes Alves, João Lopes Xavier, João Mendes, João Moreira, João Nunes de Lara, João Nunes Ribeiro, João Roiz da Costa, João Roiz de Paiva, João Roiz Ferreira, João Roiz Nogueira, João Roldão, José de Matos, José Fernandes Camacho, José Rodrigues Bentim, José Rodrigues Cardoso, Joseph Cardoso, Joseph Carvalho de Chaves, Joseph Gonçalves, Joseph Ventura de Medanha, Leonor de Campos Currales, Lucas de Freitas Azevedo, Luiz do Couto, Luiz Miguel Correia, Luiz Nunes, Luiz Nunes de Miranda, Luiz Vaz, Luiz Vaz de Souza, Luíza Pereira, Manoel Cardoso, Manoel de Borba Gato, Manoel da Cunha Pessoa, Manoel Dias de Carvalho, Manoel Fernandes Araújo, Manoel Fernandes Henriques, Manoel Franco, Manoel Frois Moniz, Manoel Furtado, Manoel Lopes Pereira, Manoel Mendes da Cunha, Manoel Nunes Bernau, Manoel Nunes do Carmo, Manoel Nunes Viana, Manoel Nunes Sanchez, Manoel Rodrigues da Costa, Manoel Rodrigues Soares, Marcos Mendes Sanches, Maria de Jesus, Miguel Álvares, Miguel Álvares de Carvalho, Miguel Cardoso, Miguel da Silva Pereira, Miguel Nunes, Miguel Nunes de Miranda, Pais de Abreu, Pedro Mendes, Pedro Nunes de Miranda, Rendon, Ricardo Pereira, Rodrigo Álvares, Rodrigo Nunes, Salvador Roiz, Sebastião Nunes, Sebastião Nunes Alvarez, Simão Roiz, Thomaz Roiz do Vale.

EM MINAS DE ARASSUAHI: Antonio Fernandes Pereira, Antonio Pereira de Ávila, João da Costa e Silva, Joaquim da Silva Henriques.

EM MINAS DE SÃO JOSÉ: João Roiz, João Nunes Vizeu.

EM MINAS NOVAS DE FANADOS: Alexandre de Lara, Duarte da Costa da Fonseca, Francisco Ferreira da Fonseca.

EM MINAS NOVAS DE PARACATU: Antonio Ribeiro Sanches, João Henriques, Miguel Nunes Sanches, Thomas Britto Ferreira.

EM OURO BRANCO: Padre Manoel Lopes.

EM OURO FINO: João Lopes Castelhano.

EM OURO PRETO (ANTIGA VILA RICA): Alexandre de Lara, Antonio Fernandes Dias, Antonio Fernandes Pereira, David da Silva, David de Miranda, Diogo, Diogo Correia do Vale, Diogo da Costa, Diogo Dias Correia, Diogo Henriques, Diogo Nunes, Diogo Nunes Henriques, Domingos Nunes, Domingos Rodrigues Ramirez, Fernão Gomes, Fernando Gomes Nunes, Francisco Fróes, Francisco José de Souza, Francisco Nunes de Miranda, Francisco Roiz Moeda, Francisco Roiz Pueira, Gaspar da Costa, Gaspar Dias, Gaspar Fernandes Pereira, Helena do Valle, Henrique Fróes ou Henrique Fróes Moniz, Ignácio de Almeida Lara, Inácio dos Santos Bicudo, Jerônimo Rodrigues, João de Mattos, João Lopes Castelhano, João Rodrigues de Moraes, João Roiz de Mesquita, José da Cruz (também Joseph Nunes),José da Cruz Canegado, José de Carvalho, José de Carvalho e Almeida, José de Matos, Joseph da Cruz, Joseph Ferreira, Joseph Rodrigues, Luis Fróes, Luis Miguel, Luis Miguel Correia, Manoel da Costa Espadrilha, Manoel da Costa Ribeiro, Manoel de Albuquerque, Manoel de Albuquerque e Aguilar, Manoel de Matos, Manoel de Mattos Dias, Manuel Dias, Manoel Dias de Carvalho, Manuel do Valle, Manuel Fróes, Manoel Gomes, Manoel Gomes de Carvalho, Manoel Gomes Neves, Manoel Gomes Nunes, Manuel Mendes, Manuel Nunes, Manuel Nunes da Paz, Manuel Nunes de Almeida, Manuel Nunes Sanches, Manoel Roiz Ribeiro, Marco Mendes, Maria Nunes, Miguel Nunes de Miranda, Os Ramirez, Padre Sebastião Roiz Benevides, Thomaz Rodrigues do Valle.

EM PARANAPANEMA: Manoel Afonso, Miguel Joseph ou Joseph Miguel.

EM PITANGUI: Antonio da Gamboa ou Antonio Pereira da Cunha, Antonio Rodrigues, Antonio Rodrigues Casado, Antonio Roiz Cardoso, Antonio Roiz Nogueira, Bernardo Campos Bicudo, Gaspar Henriques, João de Mattos, José Campos Bicudo, Michael da Cruz, Miguel da Silveira.

EM RIBEIRO DO CARMO (MARIANA): Antonio de Almeida de Sá, Antonio de Sá, Antonio Ferreira Pacheco, Antonio José Gonçalves, Antonio José Ribeiro ou José Peixoto Sampaio, Antonio Lopes, Antonio Pacheco, Bento Ferraz, Daniel de Miranda, David de Miranda, Diogo Dias, Diogo Dias Fernandes, Diogo Fernandes, Diogo Fernandes Camacho, Diogo Ferreira Camacho, Diogo, Diogo Nunes Henriques, Diogo Roiz Fernandes, Diogo Roiz Sanches, Duarte Pereira, Feliciano da Fonseca, Fernando Gomes Nunes, Francisco da Fonseca, Francisco de Lucena Montarroio, Francisco Fernandes, Francisco Fernando Camacho, Francisco Ferreira, Francisco Ferreira Isidro, Francisco Nunes de Miranda, Francisco Pereira Chaves, Frutuoso Mendes, Henrique Froes, Ignácio Cardoso, João Antonio Roiz, João Carlos, João da Cruz de Miranda, João de Mattos Henriques, João de Moraes Montezinhos, João Lopes, Joao Nunes de Lara, João Ruiz de Mesquita, João Sanches Mayoral, José da Cruz, José da Cruz Henriques, José Henriques, José Miguel ou Miguel José, José Nunes, José Rodrigues Pinto, Joseph da Cruz, Joseph da Cruz Henriques, Joseph Nunes, Luis Mendes, Luiz Fróis, Luiz Henriques, Luiz Mendes de Sá, Luiz Vaz, Luiz Vaz de Oliveira, Manoel da Costa Espadrilha, Manoel de Mattos, Manoel Nunes, Manoel Nunes de Almeida, Manoel Pereira da Cunha, Maria de Miranda, Maria Henriques, Miguel da Cunha ou João Batista, Miguel Henriques, Violante Rodrigues Miranda.

EM RIO DAS MORTES: Agostinho José de Azevedo, Antonio do Vale, Antonio José de Azevedo, Antonio Machado Coelho, Antonio Pereira de Araújo, Bartolomeu Roiz, Bernardo Ferro, Diogo de Ávila, Francisco, Francisco Nunes de Miranda, Francisco Roiz, Garcia Rodrigues Paes, Izabel Bernar, João Nunes de Lara, João Nunes Vizeu, João Roiz, João Roiz da Costa, José Roiz de Oliveira, Luiz Antonio, Manoel Fróes de Lara, Manoel Furtado Oróbio, Marco Mendes, Marcos Mendes Sanches, Miguel Teles da Costa, Pedro Miranda, Sebastião Nunes Alves.

EM SABARÁ: Agostinho Joseph, Antonio Álvares Purga, Antonio da Silva, Antonio de Almeida Sá, Antonio Ferreira Pacheco, Antonio José Ribeiro ou José Peixoto Sampaio, Daniel de Miranda, David de Miranda, David Mendes da Silva, Diogo Dias, Diogo Dias Correia, Diogo Fernandes, Diogo Fernandes Camacho, Diogo Nunes Henriques, Diogo Roiz Sanches, Feliciano da Fonseca, Francisco de Lucena Montarroio, Francisco Ferreira, Francisco Ferreira Isidoro, Francisco Gomes Nunes, Frutuoso Mendes, Henrique Fróes, Ignácio Cardoso, João Antonio Roiz, João Carlos, João da Cruz, João da Cruz de Miranda, João de Matos, João de Matos Henriques, João Lopes, João Sanches Mayoral, José da Cruz, José da Cruz Henriques, José Henriques, José Miguel ou Miguel José, José Nunes, José Rodrigues Pinto, Joseph da Cruz, Joseph  Nunes, Luiz Frois, Luiz Henriques, Luiz Mendes de Sá, Luiz Vaz, Manuel, Manuel da Costa Espadrilha, Manuel Nunes de Almeida, Miguel da Cunha, Miguel Henriques, Thomaz Brito Ferreira, Salvador da Costa.

EM SÃO CAETANO: Antonio Rodrigues.

EM SÃO JERÔNIMO: Salvador Rodrigues de Faria. 

EM SERRO FRIO: Antonio da Cunha, Antonio de Medanha Sotomaior, Antonio de Sá, Antonio de Sá de Almeida, Antonio Fernandes, Antonio Fernandes Pereira, Antonio Ribeiro Furtado, David Mendes, David Mendes da Silva, Diogo da Cunha, Feliciano da Fonseca, Fernando Gomes Nunes, Francisco da Costa Pereira, Francisco Fernandes Camacho, Francisco Ferreira, Gregório da Silva, Isabel de Moraes, João da Cunha, João Henriques, João Lopes de Mesquita, José Nunes, José Rodrigues, Luis, Luis Mendes de Sá, Manoel de Mello, Manoel de Moura Fogaça, Manoel Ferreira, Manoel Lopes Pereira, Manoel Pereira da Cunha, Manoel de Melo, Martinho da Cunha, Miguel da Cunha, Salvador Paes Barreto.

EM SUMIDOURO: Henrique de Fróis.

Fonte: http://www.geocities.com/brasilsefarad/xnemmg.htm  

Raizes Hebraicas - Nome de Algumas famílias Brasileira - Descendentes de Judeus

Ao longo de 1992 importantes trabalhos em torno da Inquisição e do marranismo foram publicados no Brasil. Um deles é Raízes Judaicas no Brasil, de Flávio Mendes Carvalho. Este livro apresenta os nomes dos marranos vitimados pela inquisição inquisitorial em Portugal ou no Brasil, e oferece os detalhes possíveis sobre o acusado, como profissão, filiação, acusação, idade, pena e ano da sentença.
De maior interesse para o presente estudo é listar os sobrenomes destes marranos acusados do crime de judaísmo entre os séculos XVI e
XVIII:
Abreu, Abrunhosa, Affonseca, Affonso,Aguiar,Ayres,Alam,Alhertú, Albuquerque, AlÍaro, Almeida, Alonso, Alvade, Alvarado, Alvarenga, Alvares, Aivarez, Anelos, Alveres, Alves, Aivim, Alvorada, Alvres, Amado, Amaral, Andrada, Andrade, Anta, Antônio, Antunes, Arailjo, Arrahaça,Arroyo, Arroja, Aspalhão, Assumpção, Athayde, Avila, Avis,
Azeda, Azeitado, Azeredo, Azevedo.

Bacelar, Balão, Baihoa, Balíeyro, Balteiro, Bandes, Baptista, Barata, Barbalha, Barhosa, Barhoza, Bareda, Barrajas, Barreira, Barreta, Barreto, Barros, Bastos, Bautista, Beirão, Belinque, Belmonte, Bello, Bentes, Bernal, Bernardes, Bezerra, Bicudo, Bispo, Bivar, Bocarro, Boned, Bonsucosso, Borges, Borralho, Botelho, Bragança, Brandão, Bravo, Brites, Brito, Brum, Bueno, Bulhão.

Cahaço, Cahral, Cahreíra, Cáceres, Caetano, Calassa, Caldas, Caldeira, Caldeyrão, Callado, Camacho, Câmara, Camejo, Caminha, Campo, Campos, Candeas, Capote, Cárceres, Cardoso, Cardozo, Carlos, Carneiro, Carrança, Carnide, Carreira, Carrilho, Carrollo, Carvalho, Casado, Casqueiro, Cásseres, Castanheda, Castanho, Castelo, Castelo Branco, Castelhano, Castilho, Castro, Cazado, Cazales, Ceya, Cespedes, Chacla, Chacon, Chaves, Chito, Cid, Cobilhos, Coché, Coelho, Collaço, Contreíras, Cordeiro, Corgenaga, Coronel, Corrêa, Cortei., Comjo, Costa, Coutinho, Couto, Covilhã, Crasto, Cruz, Cunha.

Damas, Daniel, Datto, Delgado, Devei, Diamante, Dias, Diniz, Dionísio, Dique, Déria, Dona, Dourado, Drago, Duarte, Duraes.

Eliate, Escobar, Espadilha, Espinhoza, Espinoza, Esteves, Évora. Faísca, Falcão, Faria, Farinha, Faro, Farto, Fatexa, Febos, Feijão, Feijó, Fernandes, Ferrão, Ferraz, Ferreira, Ferro, Fialho, Fidalgo, Figueira, Figueiredo, Figueiró, Figueiroa, Flores, Fogaça, Fonseca, Fontes, Forro, Fraga, Fragozo, França, Frances, Francisco, Franco, Freire, Freitas, Froes, Frois, Furtado.

Gabriel, Gago, Galante, Galego, Galeno, alIo, Galvào, Gama, Gamboa, Gançoso, Ganso, Garcia, Gasto, Gavilão, Gil, Godirtho, Godins,Goes, Gomes, Gonçalves, Gouvea, Gracia, Gradis, Gramacho, Guadalupe, Guedes, Gueybara, Gueyros, Guerra, Guerreiro, Gusniao
Guterres.

Henriques, Homem.

Idanha, Lscol, Isidro.

Jordâo, Jorge, Jnbim, Julião.

Lafaia, Lago, Laguna, Lmy, Lara, Lassa, Leal, Leão, Ledcsma, Leitão, Leite, Lemos, Lima, Liz, Lobo, Lodesma, Lopes, Loução, Loureiro, Lourenço, Louzada , Louzano, Lucena, Luíz, Lima, Luzarte.

Macedo, Machado, Machuca, Madeira, Madureira, Magalhães, Maia, Maioral, Maj, Maldonado, Malheiro, Manem, Manganés, Manhanas, Manoel, Manzona, Marçal, Marques, Martins, Mascarenhas, Mattos, Matoso, Medalha, Meddros, Medina, Melão, MeIlo, Mendanha, Mondes, Mendonça, Menezes, Mesquita, Mezas, Miffio, Miles, Miranda, Moeda, Mogadouro, Mogo, Molina, Mot,forte, Monguinho, Moniz, Monsanto, Montearroyo, Monteiro, Montes, Montezinhos, Moraes, Morales, Morão, Morato, Moreas, Moreira, Moreno, Motta, Moura, Mouzinho, Munhoz.

Nabo, Na gera, Navarro, Negrão, Neves, Nicolao, Nobre, Nogueira, Noronha, Novaes, Mines.

Oliva, Olivares, Oliveira, Oróbio.

Pacham, Pachão, Paixão, Pacheco, Paes, Paiva, Palancho, Palhano. Pantoja, Pardo, Paredes, Parra, Páscoa, Passos, Paz, Pedrozo, Pegado,Peinado, Penalvo, Penha, Penso, Penteado, Peralta, Perdigão, Pereira,Peres, Pessoa, Pestana, Picanço, Pilar, Pimentel, Pina, Pineda, Pinhâo,Pinheiro, Pinto, Pires, Pisco, Pissarro, Piteyra, Pizarro, Pomheiro, Ponte, Porto, Pouzado, Prado, Preto, Proença.

Quadros, Quaresma, Queiroz, Quental.

Rabelo, Rabocha, Raphael, Ramalho, Ramires, Ramos, Rangel, Raposo, Rasquete, Rehello, Rego, Reis, Rezende, Ribeiro, Rios, Robles, Rocha, Rodrigues, Roldão, Romào, Romeiro, Rosário, Rosa, Rosas, Rosado, Ruivo, Ruiz.

Sá, Salvador,Samora, Sampaio, Samuda, Sanches, Sandoval, Santarém, Santiago, Santos, Saraiva, Sarilho, Saro, Sarzedas, Seixas, Sena, Semedo, Sequeira, Seralvo, Serpa , Serqueira, Serra, Serrano, Serrâo, Sorveira, Silva, Silveira, Simào, Simões, Siqueira, Soares, Sodenha, Sodré, Soeyro, Sola, Solis, Sondo, Soutto-Mayor, Souza.

Tagarro, Tareu, Tavares, Taveira, Teixeira, Telles, Thomás, Toloza, Torres, Torrones, Tola, Tourinho, Tovar, Trigillos, Trigueiros, Trindade.

Uchfla.

Valladolid, Valle, Valença, Valente, Vareja, Vargas, Vasconcellos, Vasques, Vaz Veiga, Velasco, Vellez, Velho, Vcloso, Vergueiro, Vianna, Vicente,Viegas,Vieira,Vigo, Vilhalva,Vilhegas, Vill,ena, Villa, Villalão, Villa-Lobos, Villanova, Villar, Villa-Real, VilIella, Vizeu. Xavier, Ximenes, Zuriaga.


Segundo Flávio Mendes Carvalho, as recentes interpretações históricas e sociológicas sobre a Inquisição valorizam aspectos não religiosos e levantam novas questões. Por exemplo: até que ponto os condenados seriam meras vítimas de interesses econômicos, de lulas de classe e manobras políticas? E até que ponto a heresia judaica foi uma justificativa manipulada pela igreja para enfraquecer e avassalar Estados? E ainda, até que ponto estas perseguições satisfaziam às aspirações de uma decadente nobreza feudal na luta contra uma emergente e ativa burguesia, na disputa pelo poder econômico e político, se nos dois lados existiam judeus, se viviam em plena simbiose econômica e política e se as novas colônias abriam, a ambos, riquezas insondáveis? intérprete da inquisição enquanto instituição movida pelo fanatismo religioso católico, Carvalho argumenta: “Se não valorizarmos os aspectos essencialmente religiosos, como explicar que os milhares de judeus encarcerados, humilhados, condenados e executados, mesmo sendo paupérrimos - como os inventários de seus bens comprovam - e que ocupando posições sociais humildes e miseráveis - como constam das qualificações das listas dos autos-da-fé e de seus processos - podessem motivar a igreja a persegui-los?'

“Vínculos do Fogo”

Outro livro importante lançado em 1992 foi vínculos do Fogo (volume 1), do jornalista Alberto flínes, que aborda a vida e a morte do dramaturgo Antônio José da Silva e outras histórias da Inquisição em Portugal e no Brasil. A formação não acadêmica do autor determina seu estilo inovador na maneira de condu2ir a narrativa do protagonista da obra publicada com apoio da Fundação Safra.

OS JUDEUS FORAM NOSSOS AVÓS

Certamente, os judeus foram os avós de grande parte dos brasileiros, como também, os africanos e os índios e, ainda, portugueses e espanhóis,

Portugueses e Espanhóis chegaram ao Brasil logo depois da descoberta, já convertidos, mas, judaizantes.

Esse fato é comprovado nos documentos do Santo Ofício que esteve no Brasil. Foram muitos judeus convertidos que vieram, tantos que povoaram o país com seus descendentes.

Judaizavam sim, embora de um modo um tanto diferente, pois tinham de ocultar o fato e também não tinham rabinos e nem contato com judeus de outros lugares,

Existe uma diferença entre o Cristão Novo e o Marrano.

O Cristão Novo com o tempo esqueceu sua origem e já não lembrava a razão nem a origem de suas práticas que eram visivelmente judaicas.

Os Marranos guardaram em seus lares muito às escondidas a prática do judaísmo, foram uma minoria judaica plenamente consciente mesmo sendo oculta.

Nossa pesquisa não visa diretamente o assunto religião. Visa a genealogia do brasileiro de modo geral descendente de judeus, Cristãos Novos e Marranos, que ao correr do tempo além da conversão tomaram-se assimilados totalmente.

Acontecia que, desde o descobrimento até o final da Inquisição, os judeus não podiam e não eram identificados como judeus, eram Cristãos Novos.

Primeiramente os judeus foram expulsos da Espanha em 1492 (Pastor Poleto aí que entra os LOPES), e fugiram para Portugal. Logo, foram obrigados a conversão por ordem do Rei Dom Manoel, conversão para todos os judeus ao catolicismo.

No Brasil a povoação mais antiga de Cristãos Novos que se conhece pela história foi São Vicente. Estes judeus foram os primeiros componentes da população branca no Brasil.

Os primeiros navios que aqui chegavam traziam na grande maioria judeus e degredados.

Com o crescimento do cristianismo e junto com ele a idéia de que o povo judeu rejeitou e matou Jesus, começaram as perseguições na Península Ibérica provocando a dispersão dos judeus pelo mundo.

Chegaram os judeus a Espanha e Portugal entre os anos de 900 e 1200 da era atual. Iniciaram então a difusão de sua cultura.

Salomão Ibn Gabirol, Hasdai ibn Shaprut, Abraão bem Ezra, Maiamónides e muitos, outros foram os grandes sábios da época.

Naquele tempo, só os nobres sabiam ler e escrever o que também era praticado nos mosteiros. Ler e escrever eram coisa de uma pequena minoria em geral constituída por judeus.

Os judeus eruditos ocupavam cargos elevados e isso aborrecia os cristãos locais, que, os julgavam assassinos de Cristo. Os judeus estavam em evidência na medicina, economia finanças, literatura, astronomia, cartografia e outras ciências.

O Bispo de Lisboa, Dom Soeiro sentiu-se incomodado com o fato e enviou ao Papa denúncia do que ocorria era o Papa Gregório IX no ano de 1227 a 1241.

Dizia o documento do Bispo: “...Na diocese de Lisboa as funções públicas são dadas de preferência aos judeus, com opróbio dos cristãos e com escândalo de muita gente”.

O caso do judeu tomar-se mais culto ou mesmo desenvolver melhor sua inteligência pode até ser atribuído à discriminação. Os judeus perseguidos, discriminados assassinados durante milênio, viram-se obrigados a uma espécie de seleção cultural e a um continuo trabalho de habilidade mental para sobreviver.

A diferença de caráter religioso os colocava em situação difícil onde quer que estivessem.

Eram obrigados a fingir para não serem discriminados, e de certa forma tormaram-se um povo separado.

O judeu convertido à força em Portugal foi chamado Cristão Novo, pois o Cristão que não tinha raízes judaicas era “o velho”. Essa divisão não serviu para muita coisa visto que, o convertido continuava judeu para os Cristãos Velhos e traidor para o seu povo.

A expulsão dos judeus da Espanha começou em 1391.

A cronologia histórica mostra os fatos e datas.

1478 - A Rainha Isabel pede ao Papa a instalação da Inquisição o pedido foi atendido.
1481- Instala-se o Santo Ofício em Sevilha. Para Começar as primeiras vítimas são os judeus “Hereges assassinos de e Cristo”

1483 - É dado ao Frei Tomaz de Torquemada o titulo e o poder de Inquisidor geral.

1484 - Tomaz de Torquemada aia oficialmente as leis que iriam reger as ações do Tribunal do Santo Ofício e que vigoraram por muitos anos.

1487-O Santo Ofício é instalado em Barcelona.

1492 - Época do descobrimento da América é assinado o Decreto de Expulsão dos judeus de Castela, Aragão e Carde a em 31 de março.

02 de agosto - Último dia dado para a permanência dos judeus em Aragão e Castela.
03 de agosto - coincidência evidente da data da partida de Cristóvão Colombo.

Note-se que muitos dos que apoiaram Colombo eram judeus bem como muitos dos seus Tripulantes, recentemente conversos.

A família Abravanel e outras famílias judias ricas contribuíram Financeiramente de maneira significativa para a viagem de Colombo.

Sabe-se que o apoio e o dinheiro dado a Colombo pelo rei da Espanha não era suficiente para cobrir o empreendimento.

12 de outubro - Colombo chega ao Novo Continente.

1497- Expulsão dos Judeus de Portugal, conversão forçada. Então diante dos acontecimentos surge uma grande interrogação ainda sem resposta: - A viagem de Colombo teria sido uma

espécie “de fuga”, uma maneira de salvar vidas judaicas, ou uma aventura consciente visando o descobrimento de novas terras?

Seus cartógrafos e navegadores eram judeus ria maioria e conheciam bem as rotas marinhas e arte de traçar mapas.

Colombo que hoje alguns historiadores apontam como sendo de origem judaica, teria Vindo somente em busca de terras ou também por causa mais secreta, um judaísmo oculto nas escalas de sua viagem?
Depois veio a descoberta do Brasil e os judeus chegaram já com nomes portugueses.
Com referência aos nossos avôs judeus, embora não haja uma estatística exata afirmam os historiadores que de cada três portugueses que chegaram logo após o descobrimento um era judeu.

Podemos citar alguns dos primeiros, Gaspar da Gama que veio com Cabral, Caramun. João Ramalho, Francisco Chaves, Fernando de Noronha todos Cristãos Novos

Também vieram nos primeiros anos os Rodrigues, Álvares, Mendes, Miranda, Dias, Gemes, Pereira, Nunes, Oliveira, Antunes, Pinto, Fonseca, Coelho e tantos de ascendência judaica, dando inicio à população nordestina do Brasil e que se assimilaram unindo-se aos Cristãos Velhos.

Existem ainda hoje na população do Norte brasileiro, costumes que um observador atento reconhece logo como hábitos antigos judaicos.

Nomes Dados aos Cristãos Novos

Nomes e sobrenomes constituem um estudo fascinante sobre origem dos Cristãos Novos. É difícil uma identificação positiva.

Citamos como exemplo “Lucena” usado como sobrenome.
No século XIV os judeus não usaram nomes hebraicos ou sobrenomes que os destinguissem das demais pessoas.
Existe uma lista de nomes e sobrenomes dos anos de 1293 até 1383, feita por Maria José Pimenta Ferro. Contém 63 nomes de judeus e suas profissões. Destes 52 tem pré-nomes do Velho Testamento. Esta lista foi publicada em 1984.

Isac 12
José 10
Abrão 09
Jacob 06
David 05
Judas 04
Moisés 02
Seleima 01
Salomão 01
Samuel 01
Levy 01


A partir de 1497 os judeus convertidos não tinham nomes do Velho Testamento como, Manuel, João, Simão, Pedro, Felipe, Isabel, Ana, José, Mateus, Maria e outros.

A população branca do Nordeste brasileiro apresenta o maior índice de nomes hebraicos, eram de Cristãos que tiveram pequeno número de ascendentes negros ou indígenas. O fato é explicado pela ascendência portuguesa na maior parte de judeus e Cristãos Novos.

Quando os sobrenomes são apontados na Catalunhia os Duram.

Em Portugal, Franco, Amigo, Querido, Dormido, Calado, Gatão, Rico, Vizinho, Negro, Preto, Gago,
Dourado, Crespo, Crescente, Caldeirão e Amador. Todos estes nomes constam nos livros da Chancelaria por serviços prestados a Coroa.

Também, Toledano, Navarro, de Leão, Francês, Lucena, Medina, Galego, Sarfate, Barcelone, Saragosse, Servilhano, Catalão e Cuellar.
Existem também os declaradamente judaicos.
Cohen, Ben, Atar, Abe, Gaday e Guedelha que se transformou em Gadelha, Benara, Benaro, Daiam e Abravanel.

A Série de noems é muita extensa não podemos citar todos.

Estas primeiras listas foram colhidas em escritos do historiador Alberto Dines.

Iria Gonçalves relaciona alguns do século XV.

Alencar, Alcaçovas, Arfandarim, Alvarinho, Maqueiro, Reino, Bolhos, Cachiche, Catalão, FAZÃO Franco, Gabai, [abranda, Leiria, Ludel, Montenor, Namías, Navarro, Palacano, Pardo, PINTO, Polegar, Pratas, Rafria, Romão, Romeiro! Ruivo, Somaria, Samarigo, Trafão, Vaca, (alencin, Xavi, Zaboca e Zemeiro.

Nos documentos da inquisição encontramos entre os condenados mais freqüentes o seguinte:

Rodrigues 453 pessoas
Nunes 229 pessoas
Mendes 224 pessoas
Lopes 282 pessoas
Miranda 190 pessoas
Gemes 184 pessoas
Henriques 174 pessoas
Costa 138 pessoas
Fernandes 132 pessoas
Pereira 124 pessoas
Dias 124 pessoas


Existem outros menos citados: Mesquita, Paz Fonseca, Maia, Uchóa, Pinto! Rego! Bravo, Barros e Sanchez.

Supõe-se que Abreu seja uma variante de hebreu, Brito de BriI Millá, Barros de Baruch e Santos de Shem Tov.

No nordeste viveram os Almeida. os Albuquerque e Dutra na Paraíba.

Os Oliveira! os Batistas, Santos, Azevedo e Cunha também chegaram ao Nordeste brasileiro nos primeiros tempos do descobrimento.

Em Pernambuco viveram os de Sá ” descendentes de Duarte de Sá”. e
Os Souza viveram no Ceará em Canindé em Riacho de Sangue.

A família Pitangueira viveu em Pernambuco e Figueira Valadares na Bahia.

Não é nessa meta nomear todos os Cristãos Novos que povoaram o Brasil.

Citamos apenas alguns nomes e sobrenomes que ainda existem em quantidade nas famílias brasileiras.

A BÍBLIA NO BRASIL COLONIAL

No Brasil Colonial, a Bíblia e sua leitura, foram proibidas pela Igreja no começo da colonização. A Igreja Católica não desejava que ela chegasse até o leigo. Isso começou em :29 no Concilio de Valença onde a Bíblia foi proibida, “Proibimos também que os leigos possuírem livros do Velho e do Novo Testamento...”.

O Concílio de Trento confirmou o decreto e proibiu a leitura das Escrituras por qualquer rente da Igreja a não ser com permissão de seu supenor.

Ainda em 1715 a Bíblia continuava com a proibição.

Estas proibições foram ignoradas pelos Marranos que continuaram a judaizar as escondidas em seus lares.

A censura e a leitura da Bíblia foram algumas das principais tarefas da Inquisição, no Brasil, Espanha, Portugal e nas Colônias, o que não impedia o tráfico continuo do Livro.

Aconteceu que os Holandeses durante o seu domínio em terras brasileiras, liberaram totalmente o uso da Bíblia no nordeste.

Nessa época os Cristãos Novos puderam praticar sua fé livremente.

A primeira sinagoga da América do Sul teve o primeiro Rabino no Brasil, Isaac Aboab da Fonseca.

Hoje o patrimônio do Governo de Pernambuco e Entidades Judaicas estão recuperando antiga sinagoga.

A Bíblia que os holandeses trouxeram foi a de Ferrara, a primeira traduzida do hebraico para o espanhol, impressa em Ferrara na Itália em março de 1553 e depois novamente impressa em Amsterdã.

A exportação do Livro para o Brasil era proibida e só em 1850 o pais teve livre acesso Livro Sagrado.

Os Livros de humanidades de Plutarco, Terencio, Horácio, Marcial e Ovídio também eram Livros Proibidos.

“E Eu os espalharei entre as nações...Eu vos reunirei dentre as
nações e trarei para a vossa terra”. (Ezequel 36:19;24)

Texto: Os Marranos ANOS E DIÁSPORA SEFARDITA (HELIO DANIEL CORDEIRO)

Fonte: http://www.estudandes_do_tanach_regras.ubbi.com.br

 

SOBRE OS APELIDOS JUDAICOS
 

por Francisco Avraham ben-Avraham Corrêa Neto
(Petrópolis-RJ)   ©1989

   Pode-se reconhecer um judeu pelo sobrenome?  É verdade que os sobrenomes de plantas e animais são de origem judaica?  Os apelidos 'complicados' são nomes judeus?  Lendas, lendas e mais lendas ...

   Na Antiguidade os judeus não usavam sobrenomes propriamente ditos. A pessoa era designada como Fulano filho de Beltrano: Itzhak ben-Avraham (Isaque filho de Abraão), Iaacov ben-Itzhak (Jacó filho de Isaque), Iosua ben-Nun*¹ (Josué filho de Nun), Selomó ben-
David (Salomão filho de Davi) ...

   Os 'nomes de famílias' mencionados na Bíblia em Nm 1:20-50, referem-se antes aos nomes dos antepassados comuns a cada grupo genealógico (os descendentes de ...). Seguindo a regra, se necessário um indivíduo seria identificado, além do pai, também pelo nome do avô: Iaacov ben Itzhak ben-Avraham ben-Terah ben-Nahor. Só em casos muito restritos se adicionaria ao nome uma alcunha: Imanuel ben-Iossef ou  Iehosua Ha-Nozri (Emanuel filho de José ou  Jesus, o Nazareno), ou então o seu clã: Iossef ben-Matatiahu Ha-Cohen (José filho de Matatias o sacerdote - este é o famoso historiador Flávio Josefb).

   Quando o Aramaico substituiu o Hebraico como língua falada, em vez de ben usou-se bar, cujo significado é o mesmo. E é assim que vamos encontrar grafados muitos nomes judaicos na Idade Média, quer no Oriente Islâmico ou no Ocidente Cristão.

   Na Península Ibérica os judeus começaram a adotar nome espanhóis a partir do século XIV, aproximadamente. Antes, ainda no período chamado 'Época de Ouro do Judaísmo Espanho' (séc. X a XII) sob o domínio árabe, os judeus ainda  não usavam nomes espanhóis, mas o ben, ou nomes árabes como Ibn, Al:  Mosé ben-Maimon (o Maimônides), Samuel Ibn-Negrela, Ichudá ben-Xaul, Selomó Ibn-Gabirol, Abraham Ibn-Ezra, Iaacov Alfassi (porque era da cidade marroquina de Fez), Iehufá Ha-Levi, etc. O famoso Benjamim de Tudela foi assim chamado porque era da cidade de Tudela, em Navarra.

   A expulsão progressiva dos árabes, a pressão do ambiente cristão e os batismos forçados, levaram os judeus ibéricos (sefaraditas), pouco a pouco, a adotar sobrenomes espanhóis ou portugueses tirados do lugar de residência (de León, de Aragón, de Ávila, do Porto*², ...), de alguma profissão (del Médigo, Mercande, del Mercado, ...), por imitação aos costumes locais ou ainda tomados de eventuais padrinhos.

   Expulsos da Espanha (1492) e de Portugal (1497), os judeus sefaraditas vão levar estes sobrenomes ibéricos para o norte da África, Bordéus, Amsterdã, Londres, Hamburgo, Ferrara, Iugoslávia, Bulgária, Turquia, etc., onde são identificados como 'nomes judaicos' por serem diferentes dos nomes locais, sobrenomes que só os judeus sefaraditas usavam. Ainda hoje, um alemão, austríaco, búlgaro, grego, turco, marroquino, ..., usando um sobrenome português ou espanhol, só pode ser judeu.

   Na Europa Central e Oriental, os judeus asquenazitas permaneceram com sobrenomes usando o ben ou o bar até bem mais recentemente. Os nomes de residência são ainda esporádicos e só aparecem como alcunhas.

    No século XVIII, os 'déspotas esclarecidos' da Áustria, Rússia, Prússia e outros estados alemães, cada um por sua vez, impuseram aos judeus o registro de sobrenomes para que fossem identificados para efeito do pagamento de impostos. Só assim os judeus asquenazitas das áreas de língua alemã tomam sobrenomes em alemão, e os das área eslavas adotam sobrenomes em polonês, russo, etc. No século XIX, o nacionalismo húngaro leva muitos judeus dali à adoção de sobrenomes magiares.

   Que sobrenomes foram adotados?  Lugares de origem (Berliner, Wiener, Warshavsky, Polakiewsky, ...), profissões ou atividades (Treiger, Miler, Milmann, Fishmann, Weismann, ...), uma alcunha qualquer imposta pelo registrante anti-semita, que eram normalmente nomes não usados pelas populações cristãs locais, ou nomes ridículos - carimbos. Nomes sonoros ou comuns custavam muito dinheiro. Algumas vezes o Ben-Sicrano era germanizado como o conhecido caso de Moishe ben-Mendel, que na Universidade de Berlim alterou o seu nome para Moses Mendelsohn. Nestes casos é preciso conhecer bem o comum dos nomes alemães, poloneses, russos, por exemplo, para identificar os nomes 'estranhos' ou ridículos que só os judeus usavam.

   Na Itália, os judeus italquitas em geral adotaram nomes de cidades; na Grécia os judeus helênicos usam nomes gregos; nos países árabes os judeus orientais usam nomes árabes; na Índia, nomes indianos; na China, nomes chineses; e assim por diante, de acordo com a língua e os costumes de cada país.

   E os judeus portugueses?  Quando consultamos as listas de nomes de judeus portugueses nos processos da Inquisição, ou dos judeus portugueses de Bordéus, Amsterdã, Londres, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e alhures*³, notamos que não diferem em nada dos nomes portugueses comuns, mas os nomes de plantas e animais são quase inexistentes.

   E os nomes 'complicados', nomes 'estrangeiros'?  Qualquer descendente de imigrantes de países não-latinos tem sobrenome estranho, complicado para a pronúncia do brasileiro comum. E quanto mais eslavo e mais cheio de consoantes, mais será 'impronunciável', mas isto raramente significa que sejam nomes judaicos. E no caso dos sobrenomes dos judeus ibéricos (sefaraditas), que praticamente se confundem com o nomes ditos brasileiros (Salgado, Rodrigues, Calderón, Pinto, ...), estes não chegam a chamar a atenção. Fica mais fácil distinguir o judeu se ele usar prenomes bíblicos como: Samuel, Salomão, Abraão, David, Jacó, Sara, Ester, Rebeca, ...

  Os judeus usam nome hebraicos?  Houve uma fase na moderna colonização de Israel, em que os judeus que retornavam à terra ancestral, por zelo sionista (nacionalismo), costumavam trocar seus sobrenomes de exílio (nomes 'estrangeiros') por nomes hebraicos. Assim: Grin (verde) virou Gurion (filhote de leão), Meier virou Meir (da luz) e outros foram traduzidos ou simplesmente trocados. Mas isto nunca foi regra, e menos ainda atualmente. É mais fácil encontramos filhos de libaneses, mas que não são judeus, com os sobrenomes Abraão, David, Salomão, ...  Também ocorrem casos em que uma coincidência fonética permita tomar por hebraico um nome que não é hebraico. Praticamente só os que usam os sobrenomes: Levi (levita) e Cohen (sacerdote), é que os tem em hebraico.

   Concluímos que os judeus usam sobrenomes de acordo com a língua do país onde seus antepassados viveram: o século XVIII para os asquenazitas, os séculos XIII a XV para o sefaraditas e a Idade Média para os italquitas, helênicos, orientais e outros. 

   Reconhece-se um 'sobrenome judeu' quando já se conhece a família, ou se sabe que só os judeus usam aquele apelido. Diferenciar os sobrenomes judaicos dos seus semelhantes em alemão, polonês, russo, espanhol, português, árabe, etc., é uma arte, mas muitas vezes é impossível determinar com certeza sem um estudo mais aprofundado.
 

*¹ - S com som de Ch
*² - O sobrenome de Porto ou de Oporto, levado para a Europa Oriental, transformou-se em Rapoport. 
*³ - Veja dois capítulos sobre este assunto no meu livro: 'Os Judeus: Povo ou Religião?', Rio de Janeiro, 1987.
 

Artigo publicado originalmente no nº18 do 'Origens' - Boletim Informativo do INGERS - dezembro de 1989.
fonte: http://gens.fateback.com/gn_nomesjudeus.html